O Projeto de produção de plástico
biodegradável, a partir de cana- de-açúcar, começou
a ser desenvolvido no início da decada de 1.990, por
uma iniciativa da Usina da Pedra, em busca de uma
alternativa de novo produto, uma vez que o Governo
Federal iniciava a desregulamentação do setor.Foram
realizados estudos de fermentação e de extração do
biopolímero, utilizando alcóois superiores que
acabaram resultando em depósitos de patentes.
A continuidade do trabalho resultou,
já em 1994, na produção de biopolímeros que deram
origem aos processos de requerimento de cinco patentes
relacionadas aos procedimentos utilizados na obtenção
desses produtos e também ao projeto de construção de
uma planta piloto, instalada no ano seguinte na Usina da
Pedra, em Serrana, SP.
Nessa planta, foram iniciados os testes para a
produção de plástico biodegradável
polihidroxibutirato (PHB) e seu co-polímero
polihidroxibutirato valerato (PHB-HV). A capacidade
nominal dessa planta era de 8,0 ton/ano e se constituiu
em um passo muito importante para os testes dos
protocolos laboratoriais com equipamentos industriais.
Os lotes obtidos em 1996 foram
enviados para diversos institutos de pesquisa no Brasil
e no exterior, o que possibilitou uma série de ajustes
na planta piloto, levando a um redirecionamento que
ensejou uma capacidade de produção de 60 toneladas /
ano a partir de 2.000.
A partir de 2001, em parceria com o
Departamento de Engenharia de Materiais – DEMA /
UFSCar, foram iniciados estudos para o desenvolvimento
de blendas e compósitos a partir do PHB e seu
co-polímero PHB-HV. O processo produtivo tem início
com a fermentação de açúcar e tem um consumo de 3,0
kg de açúcar / kg de PHB, com um rendimento de 100 kg
de biomassa seca / m3 (princípio seco) de fermentação
do vinho e a fração de plástico biodegradável é de
70 a 75%, obtida após 45 horas de fermentação e o
rendimento da extração é da ordem de 95%, sendo o
consumo de energia da ordem de 2,9 KWH / kg de PHB. A
primeira etapa de produção comercial, que poderá ter
início ainda no próximo ano, será a de construção
de uma planta com capacidade nominal de 2000
toneladas/ano, a qual deverá começar a produzir no
início de 2.007. Entretanto, espera-se colocar no
mercado 4.000 toneladas/ano de blendas e compósitos e,
tendo-se em vista o estágio de desenvolvimento dos
outros bio-polímeros, essa produção deverá ser
duplicada dentro de mais dois anos. Considerando-se
ainda o crescimento da consciência ecológica em todo o
mundo, aliado a um bom trabalho de marketing e de
comercialização, a expectativa reinante é a de um
crescimento muito grande da produção de PHB nessa
planta, cuja construção deverá iniciar-se brevemente
na Usina da Pedra, em Serrana, SP.
Entre as principais aplicações do
PHB destacam-se: tecnologias de injeção e de
extrusão/transformagem, substituição de polímeros
olefínicos em embalagens; embalagens de cosméticos,
embalagens de alimentos e até de defensivos agrícolas,
além de diversos usos na área médica e muitas outras
aplicações possíveis, como por exemplo, tubetes e
outros recipientes para alojar mudas de plantas
ornamentais, frutíferas e de essências florestais.
Atualmente os acionistas majoritários do projeto são
os Irmão Biagi Açúcar e Álcool e o Grupo Balbo,
ambos da região de Ribeirão Preto, SP.
Fonte: www.bolsafiep.com.br
|